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Já conhece o Instagram TV? Por Henrique Pufal em 25/06/2018 17:14

Quem usa o Instagram, deve ter percebido que desde a última semana, um novo ícone aparece no canto superior direito do aplicativo, ao lado do Instagram Direct.

Pois se trata do IGTV ou Instagram TV, uma nova ferramenta do Instagram voltada exclusivamente para os usuários que já usam essa rede social como uma plataforma de criação de conteúdo.

Essa função pode ser usada tanto dentro do app de fotos, através deste ícone que comentei, ou como um aplicativo separado, que já está disponível para download gratuito no Google Play ou na Apple Store.

Uma das principais características dessa nova ferramenta é o formato de vídeo apenas na vertical, ou seja, de pé, na posição em que já usamos os smartphones. Diferente do que o William Bonner sugere no Jornal Nacional.

Outro ponto interessante é o limite de tempo de vídeo. Apenas relembrando o histórico do Intagram: quando ele surgiu era somente para fotos, depois permitiu a postagem de vídeos com até 15 segundos, em seguida aumentou o tempo para um minuto. No Instagram Stories o limite de tempo de vídeo é de 15 segundos e o que vários perfis fazem é postar uma sequência de vídeos. Agora com o IGTV, contas verificadas podem postar vídeos de até uma hora, enquanto contas comuns têm o limite de dez minutos.

Em relação à qualidade dos vídeos, a ferramenta suporta vídeos em resolução 4K. Mesmo que a grande maioria dos celulares não chegue a exibir nessa resolução Ultra HD, esse padrão tão alto parece ser uma aposta no sentido de criar na Instagram TV um caráter bem profissional.

Ao lançar o novo aplicativo, Kevin Systrom, co-fundador e CEO da marca, apresentou o IGTV como uma nova forma de assistir a televisão online. O paralelo entre o app e a TV está no fato de que assim que o usuário abre o aplicativo, vídeos já são transmitidos. Não é preciso procurar conteúdo nenhum: o processo é automático, da mesma forma como se faz com aparelhos televisivos.

Ao utilizar o IGTV a gente pode ver quatro abas principais: "Para você", mostrando sugestões com base nas suas curtidas e contas que você segue; "Seguindo", com o conteúdo dos canais que você segue; "Populares", com conteúdo em alta entre todos os usuários; e "Continuar assistindo", com seu histórico de visualizações. Acaba sendo o algoritmo do aplicativo que escolhe o que a gente pode ver primeiro.

Ou seja, o objetivo do IGTV é claro: disputar audiência com o Youtube e com a TV tradicional. Resta ver como vai ser o processo de atrair criadores de conteúdo com a monetização dos vídeos, como atrair anunciantes e, principalmente, como atrair audiência neste momento em que tantos aplicativos, ferramentas, redes sociais estão disputando a nossa atenção o tempo todo.

E para quem usa a internet, é mais um canal para consumir conteúdo e entretenimento.


O impacto da nova lei européia de proteção de dados Por Henrique Pufal em 28/05/2018 10:23

Se você é um usuário assíduo de internet e, principalmente, utiliza vários aplicativos e redes sociais, deve ter percebido que nos últimos dias aumentou o número de e-mail´s atualizando os chamados “Termos de Uso de Serviço” ou “Termos de Privacidade”. São aquelas regras que todos deveríamos ler, mas acabamos apenas clicando no “Sim, Aceito os termos de Uso do serviço” quando instalamos o aplicativo.

Mas por que isso vem acontecendo?

Isso acontece porque na última semana entrou em vigor a nova Lei Geral de Proteção de dados na Europa. E essa lei, que possui a sigla GDPR (General Data Protection Regulation) em inglês, acaba repercutindo em todo o mundo.

Em resumo, a Lei Geral de Proteção de Dados dá aos usuários mais controle sobre os dados que as empresas têm sobre eles. Ela também serve como referência para que todos os países da Comunidade Européia incorporarem nas suas respectivas leis nacionais.

Essa lei obriga as empresas a mudar a forma como lidam com dados pessoais do usuários se quiserem continuar atuando no continente. E vale para qualquer companhia, de qualquer tamanho e que atua no território e processa dados sobre cidadãos europeus.

A regulação institui, por exemplo, que as empresas precisam ter um propósito bem definido para usar os dados pessoais e também devem deixar isso claro aos usuários. Além disso, é obrigatório que exista o aceite ou consentimento dos usuários.

Usar dados além dos necessários para a função definida ou fugir do motivo explicitado também passa a ser ilegal. Fora isso, as empresas não poderão mais armazenar as informações por mais tempo do que o preciso e também deverão garantir a segurança de tudo.

Por que tantas empresas de fora da Europa estão preocupadas?

Simplesmente porque a lei vale para qualquer marca que atue na Europa. Não importa se a empresa tem só um escritório no continente e se os dados são processados em servidores na China ou no Brasil: se as informações são de cidadãos europeus, a empresa terá que seguir a GDPR se quiser continuar atuando no território sem sofrer punições.

Por isso, muitas empresas optaram por aplicar a lei em todo o mundo, sem se restringir aos cidadãos europeus. Assim, os direitos garantidos no continente – como acesso fácil aos dados que as companhias têm sobre você – foram estendidos aos usuários.

Por isso, não se assuste com estes e-mail´s pois não são vírus. E se tiver tempo ou preocupação com que tipo de dados pessoais os aplicativos e redes sociais vão utilizar e armazenar, leia os Termos. Talvez você se surpreenda com algumas coisas.


A Internet das Coisas ganha um sistema operacional do Google Por Henrique Pufal em 15/05/2018 11:47

Já falamos outras vezes aqui sobre a Internet das Coisas, que é uma das grandes tendência de tecnologia para o futuro, tornando objetos comuns do dia a dia mais inteligentes e atuantes, por meio de comunicação via Internet.

E esse conceito vai desde itens pessoais, como pulseiras de monitoramento de itens vitais, raquetes inteligentes, passa pelo conceito de casa inteligente em eletrodomésticos, sistema de iluminação, de controle de temperatura. Veículos autônomos também são exemplos de objetos conectados à Internet.

Permeia também o conceito de cidades inteligentes, onde sistemas de monitoramento por imagens, cercamento eletrônico, controle de tráfego, estacionamento e chega na agricultura e nas indústrias com sensores e inteligência para aumentar a produtividade.

E uma das grandes preocupações que existia no mercado era em relação à segurança destas plataformas, já que cada fabricante utiliza um sistema operacional diferente, pois ainda não existe muita padronização destas tecnologias.

De acordo com o Avast, um em cada cinco dispositivos IoT conectados no Brasil são vulneráveis a ataques de hackers. Entre os produtos mais sensíveis, estão webcams e babás eletrônicas, por exemplo, que podem se tornar alvos mais facilmente.

Pois o Google anunciou na última semana um sistema operacional específico para rodar nesses dispositivos simples do dia a dia que conseguem se comunicar com a Internet para realizar diversas aplicações online. É o chamado Android Things.

Na verdade, já existiam versões de teste desde 2016 e estas versões anteriores permitiram ao Google detectar possíveis bugs, além de deixarem os desenvolvedores estudarem o sistema e já desenvolverem aplicações para ele.

De acordo com o Google, o Android Things nasceu da preocupação de se ter um sistema operacional uniforme e fechado, que não pudesse ser alterado pelos parceiros, e que fosse mais seguro contra ataque de hackers. Por outro lado, isso também deixa as fabricantes mais focadas no desenvolvimento do hardware e do equipamento, uma vez que não precisará se preocupar com o software.

Ou seja, se abre mais uma porta para que empreendedores possam colocar suas ideias inovadoras em prática, desenvolvendo ferramentas para melhorar o nosso dia a dia.


A startup de inteligência artificial mais valiosa do mundo Por Henrique Pufal em 23/04/2018 10:41

Já falamos algumas vezes sobre Inteligência Artificial, a tecnologia que impacta e impactará todas as indústrias no mundo. Só cresce a capacidade de computadores reconhecerem perfis de utilização de aplicativos, prever reações das pessoas, otimizar processos e trazer soluções mais rápidas para empresas.

Conforme já dissemos aqui, a Inteligência Artificial deixou de ser tema de filme de ficção científica e já está rodando nas grandes empresas de tecnologia, como Apple, Google, Amazon, AliBaba, Tesla e Facebook. Ou seja, ela já vem influenciando o mercado de tecnologia ao redor do mundo, e já somos usuários muitas vezes sem percebermos.

Pois a liderança do futuro da inteligência artificial é disputada de forma acirrada por vários países - em particular, Estados Unidos e China. E é na China que uma empresa deu um grande passo nesta batalha, se tornando a startup de IA mais valiosa do mundo, sendo avaliada em U$ 3 Bilhões.

A SenseTime é uma empresa que não é conhecida do grande público, mas fornece aplicativos de reconhecimento facial em grande escala, análises de vídeo e tecnologia de IA para outras áreas, como direção autônoma.

Talvez o parceiro mais importante da startup seja o governo chinês, que usa seus serviços no sistema de vigilância nacional. Hoje dificilmente alguém caminha por cidades chinesas sem ser identificado e reconhecido por algum sistema com tecnologia da SenseTime. Já são mais de 170 milhões de câmeras de vigilância e outros sistemas do governo, que incluem até óculos inteligentes usados pelas polícias nas ruas.

Nos últimos dias ela anunciou mais uma rodada de investimentos, captando mais US$ 600 milhões, inclusive de gigantes como o Alibaba. Com esse investimento, o plano da SenseTime é implementar um sistema com cinco supercomputadores para o processamento de todas as imagens em tempo real. A meta é analisar 100 mil vídeos ao mesmo tempo.

Por meio de nota, o CEO da empresa disse que o novo aporte será utilizado para levar a tecnologia para outros países e nas palavras dele "ampliar o objetivo de ter uma aplicação mais industrial de IA". Atualmente, a empresa possui mais de 400 clientes, entre eles governos, a fabricante de automóveis Honda e a fabricante de equipamentos de redes de comunicação Huawei.

Se por um lado o sistema pode trabalhar na questão da segurança pública, buscando a identificação de criminosos, os críticos dizem que o uso de inteligência artificial para identificar pessoas é uma violação da privacidade e pode se tornar facilmente uma ferramenta de busca de dissidentes políticos na mão de governos autoritários como China e Rússia.

Ou seja, mais uma vez a tecnologia evolui de forma rápida, provocando uma discussão sobre quais são os limites da sua utilização e limites da ética, num ambiente que a legislação não evolui com a mesma velocidade.


Disneyflix está chegando Por Henrique Pufal em 16/04/2018 10:48

Vem aí um competidor de peso para a Netflix. Talvez o maior concorrente que ela já tenha enfrentado.

A Disney está prestes a lançar seu serviço próprio de streaming. Nenhuma outra empresa foi tão responsável por criar esse ambiente atual de entretenimento quanto a Disney. Por exemplo, lá em 1937, quando lançou o filme “Branca de Neve e os Sete Anões”, ela definiu o conceito do chamado “Blockbuster Familiar”, ou seja, aquele filme que famílias inteiras podiam ir assistir no cinema. E isso segue até hoje. Entre os 12 maiores sucessos de bilheteria lançados desde 2010, a Disney é responsável por 8 destes filmes. Filmes da série Star Wars, Piratas do Caribe, o recente Pantera Negra e animações da Pixar como Toy Story e Carros estão nesta lista.

A questão é que a Disney percebeu que os negócios tradicionais como cinema, parques e canais de TV passaram a disputar a atenção com smartphones, laptops e TV´s conectadas na Internet. Negócios que reinavam absolutos começaram a perder espaço e, consequentemente, receita. Um dos exemplos é negócio mais lucrativo do grupo: o canal de esportes ESPN, que perdeu 10% de sua audiência nos últimos 6 anos.

Nos Estados Unidos já existe uma expressão chamada de “cord cutters”, que define as pessoas que não assinam mais os serviços de TV por assinatura tradicionais por cabo ou satélite e assistem apenas conteúdos transmitidos por streaming, sejam gratuitos, sejam pagos. Ou seja, eliminaram o intermediário que é a operadora de TV por assinatura e passaram a consumir conteúdos como Netflix, Amazon, YouTube, pacotes das grandes ligas de esportes.

O valor de mercado da Netflix é praticamente 90% do valor de mercado do grupo Disney, sendo que a Netflix tem um foco muito mais específico do que a Disney. Hoje são praticamente 120 milhões de assinantes ao redor do mundo.

Percebendo essa nova realidade do mercado, desde o ano passado a Disney começou a se movimentar na direção de criar o seu serviço próprio de streaming. Em 2017, já havia anunciado a retirada de seu conteúdo da plataforma da Netflix. A previsão para o lançamento do “Disneyflix”, o apelidado dado pelo mercado, é 2019 nos Estados Unidos, com planos de rapidamente se espalhar pelo mundo.

Se por um lado a Disney vai criar mais um concorrente para a audiência dos seus próprios produtos atuais, por outro lado ela tem a possibilidade de criar uma comunidade de fãs fiéis, a partir das informações de hábitos que serão coletadas no sistema de streaming, um dos bens mais preciosos de que possui estes sistemas.

Por exemplo, hoje a Netflix sabe exatamente quanto tempo assistimos a cada série, quais são os nossos hábitos, horários que assistimos cada tipo de conteúdo e consegue prever o que a gente vai gostar de assistir. Inclusive este tipo de informação já tem sido utilizada na criação e roteiro das novas séries com produção própria.

No caso da Disney, ela terá novamente a possibilidade de redefinir o conceito de entretenimento, podendo oferecer outros produtos como ingressos lançamentos de cinema, de parques temáticos e produtos oficiais. Coisas que a Netflix não consegue oferecer.

Talvez ela esteja prestes a destruir o que levou anos para construir, mas graças à tecnologia esteja criando algo ainda maior e mais lucrativo. Temos que esperar mais alguns meses para entender como será essa revolução.


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