Já falamos algumas vezes sobre Inteligência Artificial, a tecnologia que impacta e impactará todas as indústrias no mundo. Só cresce a capacidade de computadores reconhecerem perfis de utilização de aplicativos, prever reações das pessoas, otimizar processos e trazer soluções mais rápidas para empresas.
Conforme já dissemos aqui, a Inteligência Artificial deixou de ser tema de filme de ficção científica e já está rodando nas grandes empresas de tecnologia, como Apple, Google, Amazon, AliBaba, Tesla e Facebook. Ou seja, ela já vem influenciando o mercado de tecnologia ao redor do mundo, e já somos usuários muitas vezes sem percebermos.
Pois a liderança do futuro da inteligência artificial é disputada de forma acirrada por vários países - em particular, Estados Unidos e China. E é na China que uma empresa deu um grande passo nesta batalha, se tornando a startup de IA mais valiosa do mundo, sendo avaliada em U$ 3 Bilhões.
A SenseTime é uma empresa que não é conhecida do grande público, mas fornece aplicativos de reconhecimento facial em grande escala, análises de vídeo e tecnologia de IA para outras áreas, como direção autônoma.
Talvez o parceiro mais importante da startup seja o governo chinês, que usa seus serviços no sistema de vigilância nacional. Hoje dificilmente alguém caminha por cidades chinesas sem ser identificado e reconhecido por algum sistema com tecnologia da SenseTime. Já são mais de 170 milhões de câmeras de vigilância e outros sistemas do governo, que incluem até óculos inteligentes usados pelas polícias nas ruas.
Nos últimos dias ela anunciou mais uma rodada de investimentos, captando mais US$ 600 milhões, inclusive de gigantes como o Alibaba. Com esse investimento, o plano da SenseTime é implementar um sistema com cinco supercomputadores para o processamento de todas as imagens em tempo real. A meta é analisar 100 mil vídeos ao mesmo tempo.
Por meio de nota, o CEO da empresa disse que o novo aporte será utilizado para levar a tecnologia para outros países e nas palavras dele "ampliar o objetivo de ter uma aplicação mais industrial de IA". Atualmente, a empresa possui mais de 400 clientes, entre eles governos, a fabricante de automóveis Honda e a fabricante de equipamentos de redes de comunicação Huawei.
Se por um lado o sistema pode trabalhar na questão da segurança pública, buscando a identificação de criminosos, os críticos dizem que o uso de inteligência artificial para identificar pessoas é uma violação da privacidade e pode se tornar facilmente uma ferramenta de busca de dissidentes políticos na mão de governos autoritários como China e Rússia.
Ou seja, mais uma vez a tecnologia evolui de forma rápida, provocando uma discussão sobre quais são os limites da sua utilização e limites da ética, num ambiente que a legislação não evolui com a mesma velocidade.