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O FIM DO GOOGLE+ Por Henrique Pufal em 09/10/2018 14:24

Na última semana falamos sobre os 20 anos do Google e uma série de serviços, aplicativos e iniciativas de sucesso desse gigante.

Mas esquecemos de mencionar uma rede social que surgiu em 2011 para fazer frente ao Facebook, mas que nunca decolou de verdade. Estamos falando do Google+.

A grande maioria de usuários de serviços do Google ou usuários de smartphones com sistema operacional Android em algum momento teve uma conta no Google+. O aplicativo já vinha pré-instalado nos smartphones e vários serviços faziam a autenticação através da conta Google+.

E por que eu digo “teve” no pretérito? Porque ontem o Google anunciou o fim das atividades desta rede social.

O Google+ agonizava há anos com um baixo engajamento de público. Para se ter uma ideia, 90% das sessões de usuários duravam 5 segundos ou menos. Ou seja, ou o perfil era usado para fazer login em outro aplicativo ou site, ou eram usuários que abriam o aplicativo por engano.

Quando o Google+ foi lançado lá em 2011, chegou a existir uma preocupação de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, de que eles enfrentariam um concorrente de peso. Uma das medidas que o Facebook adotou foi a compra de um aplicativo de compartilhamento de fotos que na época funcionava só para smartphones iOS e tinha cerca de 30 milhões de downloads. Pagaram cerca de 1 bilhão de dólares na época. O nome do aplicativo era Instagram.

Voltando ao Google+, a gota da água para o encerramento das atividades foi a denúncia feita pelo Wall Street Journal de que o Google escondeu do público uma vulnerabilidade de privacidade da plataforma que expôs dados pessoais de cerca de 500 mil usuários. Esta vulnerabilidade existia desde 2015 e foi corrigida apenas em Março deste ano. De acordo com um comunicado interno do Google que foi publicado na matéria do jornal, revelar a falha no momento da descoberta fariam a empresa ficar nos holofotes ao lado ou até mesmo no lugar do Facebook, mesmo tendo passado despercebidos pelo escândalo Cambridge Analytica.

Em função disso, ontem o Google divulgou um comunicado bastante detalhado sobre as medidas que estão tomando para melhorar a proteção de dados de usuários e gerenciamento dos dados pessoais que são compartilhados com os aplicativos e terceiros. Uma destas medidas anunciadas é o encerramento do Google+.

Ou seja, não só de produtos de sucesso vivem as gigantes de tecnologia. Uma série de tombos acontecem pelo caminho e as empresas trabalham para absorver estes fracassos e aprender com os erros.


Os 20 Anos do Google Por Henrique Pufal em 02/10/2018 11:32

Na última semana o Google, a ferramenta de busca mais popular da Internet, completou o seu 20º aniversário.

A partir de um projeto acadêmico iniciado em 1995 por Sergey Brin e Larry Page, estudantes da Universidade de Stanford, a ideia era criar uma espécie de ranking dos links. Usando o mesmo conceito que existe em citações de trabalhos acadêmicos, o objetivo era contar e qualificar cada link de internet. Quanto mais citado e quanto mais importante fosse o citador, mais valioso um link seria. Este algorirmo seria chamado de "PageRank".

Em uma época em que já existia cerca de 10 milhões de documentos na web, o mecanismo de busca rapidamente se popularizou e superou outros buscadores, como o Altavista. Com servidores montados dentro do dormitório de um dos estudantes, o tráfego deste projeto acadêmico chegou a ocupar a metade da banda de internet da Universidade de Stanford.

Assim, em 1998 estes 2 estudantes resolveram abrir uma empresa, conseguiram um cheque de 100 mil dólares de um investidor e numa garagem fundaram esta que é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, contando com mais de 60 mil funcionários em 50 países e bilhões de usuários diários. A fortuna dos 2 fundadores é estimada em mais de 50 bilhões de dólares cada.

Em 2015, o Google mudou de nome para Alphabet e passou a obrigar uma série de iniciativas além do buscador. Dentro do Google está o YouTube, o site mais popular de vídeos na Internet, o Android, que disputa com o iOS da Apple o posto de sistema operacional mais popular nos smartphones, o navegador Google Chrome e o Google Suite, que é um conjunto de serviços de computação em nuvem para indivíduos e empresas.

Ao lado do Google está uma série de projetos mais futuristas, como uma empresa de carros autônomos, empresas voltadas para o segmento da saúde e negócios envolvendo Inteligência Artificial. Dentro deste último grupo, nos últimos anos o Google adquiriu 14 startups especializadas em Inteligência Artificial. Ou seja, aí está uma das apostas para o futuro da empresa.

Graças a esta série de iniciativas, o Google foi a segunda empresa entre as 5 gigantes de tecnologia (Apple, Amazon, Facebook, Google e Microsoft) que mais investiu em pesquisa e desenvolvimento no ano de 2017. Foram 16,6 bilhões de dólares, ficando atrás apenas da Amazon.

Apesar de tudo isso, 90% da receita da empresa ainda vem dos tradicionais anúncios embutidos nas buscas, nos banners e vídeos de anunciantes no Youtube.

O Google enfrenta uma série de desafios para o futuro, principalmente no que diz respeito à privacidade de usuários. Neste ano, com a entrada da Regulação Geral de Proteção de Dados na Comunidade Europeia (GDPR, na sigla original), o Google quase teve que pagar uma multa de 4,8 bilhões de euros. Outro ponto crítico é a entrada do mecanismo de busca na China, um país onde a Internet é controlada pelo governo.

Certamente continuaremos usando os produtos do Google por um bom tempo e cada vez de forma mais natural e integrada ao nosso dia a dia principalmente em função das ferramentas de Inteligência Artificial da empresa. Se isso será bom ou ruim para a sociedade dependerá muito da segurança e privacidade dos nossos dados.


O que a Apple quer com o Shazam? Por Henrique Pufal em 25/09/2018 11:09

Na última segunda-feira, dia 24, a Apple anunciou que finalizou a compra do aplicativo Shazam por cerca de 400 milhões de dólares.

Para quem nunca ouviu falar do Shazam, ele é um aplicativo de identificação de músicas. Ou seja, está tocando uma música que você não conhece no rádio ou na TV e este aplicativo em poucos segundos consegue identificar com exatidão qual é a música e o intérprete.

Essa empresa existe desde 1999, antes mesmo da era dos aplicativos rodando nos smartphones. Ela foi fundada por estudantes universitários norte-americanos especializados em processamento digital de sinais de áudio.

O funcionamento inicial era bastante arcaico pros dias de hoje, mas em 2002 as pessoas ligavam de um celular para um número telefônico, transmitiam a música por 30s e em seguida “Shazam” recebiam a identificação da música por SMS.

O primeiro aplicativo foi lançado em Julho de 2008 para iPhone e Outubro do mesmo ano para Android. Ou seja, estamos falando de um aplicativo com 10 anos de idade. Neste período, o Shazam já teve mais de 1 bilhão de downloads ao redor do mundo e identifica mais de 20 milhões de músicas por dia.

O funcionamento é relativamente simples: o usuário grava um trecho da música com o microfone do smartphone, o aplicativo converte esta gravação em uma espécie de “impressão digital” da música e compara com um gigantesco banco de dados com mais de 11 milhões de músicas. Porém existe toda uma complexidade e matemática bem avançada nesta conversão do áudio em impressão digital. E é isso que faz a diferença.

Mas por que a Apple resolveu comprar este aplicativo que já está rodando há 10 anos?

Até então, o Shazam após identificar uma música disponibiliza uma série de opções, como integração para ouvir a música completa no Spotify, assistir o clip no YouTube, link para comprar a música na Amazon, etc.

A estratégia da Apple está migrando da venda de produtos para a venda de serviços. Em função disso, quer fomentar o seu serviço de streaming de música, o Apple Music, com uma base de 810 milhões de usuários do Shazam.

Resta ver apenas se o aplicativo não vai deixar os seus usuários reféns dos serviços da Apple, restringindo as integrações com Spotify e Youtube, por exemplo. Se isso acontecer, certamente os milhões de usuários de Android e Spotify terão que encontrar um outro aplicativo para identificar as músicas que ouvem fora dos seus fones de ouvido.


12º Seminário de Telecomunicações Fiergs Por Henrique Pufal em 18/09/2018 11:53

Ocorreu na última quinta-feira o 12º Seminário de Telecomunicações, evento organizado pela Fiergs, que reuniu representantes da indústria, das empresas de serviços, acadêmicos e profissionais do setor de TI e Telecomunicações.

O tema deste ano foi “Oportunidades e desafios de um mercado em transformação na era Digital” e contou com uma série de apresentações interessantes sobre tema e inclusive tivemos a oportunidade de fazer uma apresentação também, representando o Sinosnet e a InternetSul, a associação das empresas de internet do RS e SC.

O evento abriu com a participação do presidente da Fiergs, Gilberto Petry, que destacou a importância de acompanhar a evolução da tecnologia no segmento industrial, para que ele continue sendo competitivo neste mercado globalizado.

Uma das palestras contou com o gerente de outorgas da Anatel que trouxe dados sobre o setor de telecom no Brasil, algumas informações interessantes sobre as regras de licenciamento de antenas e estações radio-base de redes celulares. Ele lembrou que alguns dos principais desafios neste novo cenário são a racionalização da carga tributária em telecomunicações e a viabilização da Internet das Coisas.

Já o Futuro do mercado de Trabalho foi debatido pelo superintendente de inovação do Centro de Tecnologia da PUCRS, Jorge Audy; e pelo diretor de inovação e tecnologia da Unisinos, Luis Felipe Maldaner. O representante da PUCRS ressaltou que o futuro do mercado de tecnologia no Brasil passa necessariamente por uma grande reforma educacional desde a base, com ensino qualificado de matérias como física e matemática e por uma valorização do ensino superior. Ele declarou que “O futuro do trabalho é tecnológico, mas apenas 15% da população está nas universidades”. E isso é muito preocupante.

Para Maldaner, da Unisinos, os profissionais e as empresas não precisam apenas se adaptar aos novos tempos no mundo do trabalho, mas também ao perfil do novo consumidor, que não tem mais tanto interesse em aquisições de bens duráveis e consumo imediato. “Há uma diferença entre consumir e possuir. Isso vai mudar o modelo organizacional nas indústrias e nas empresas”. E nessa linha, vão os exemplos de Uber, de AirBnB e Netflix.

Por fim, a nossa palestra falou sobre as tendências de tráfego na internet, com o crescimento de tráfego de streaming e Internet das Coisas, assunto que já discutimos neste espaço. O desafio para os provedores regionais é continuar crescendo a rede, tanto em capilaridade, quando na adição de novos serviços.

E tudo isso sem perder a qualidade e o atendimento diferenciado, que é o que nos torna relevantes neste mercado cheio de competição.


Na briga pelos seus ouvidos Por Henrique Pufal em 23/08/2018 09:56

Artigo publicado na Coluna Opinião do Jornal NH no dia 23/08/18

O segmento da música foi um dos mais impactados pela Internet, em função da facilidade de digitalização e compartilhamento de arquivos. A pirataria fez o faturamento do mercado global encolher cerca de 40% entre os anos de 1999 e 2014.

Porém depois de 15 anos de declínio, a partir de 2015 este mercado voltou a crescer graças aos aplicativos de streaming de música. Em 2017, pela primeira vez na história, o faturamento dos serviços de streaming superou o de vendas de cópias físicas de músicas.

O líder deste mercado é o Spotify, empresa sueca com cerca de 180 milhões de usuários, sendo que 83 milhões são assinantes mensais do serviço, o que corresponde a 46% da base. O grande diferencial é a curadoria baseada em inteligência artificial que sugere novas músicas e artistas para os usuários, em função nos seus hábitos e comportamentos anteriores.

O mais forte concorrente é o Apple Music, que conta com a vantagem de estar instalado em todos os dispositivos da gigante Apple. Graças a isto, ele vem crescendo de forma muito rápida e já possui mais de 40 milhões de assinantes.

Mas outros gigantes estão de olho neste segmento. Na última semana a Amazon, a maior empresa de varejo on-line do mundo, anunciou que vai apostar alto na música. O principal motivo é que a música é uma das solicitações mais comuns recebidas pela Alexa, a assistente virtual da empresa, e o tempo de audição dobrou nos últimos 12 meses.

Apesar do impacto da Internet ter sido enorme, a música segue sendo uma companheira para todas as horas, seja no trabalho, no trânsito ou nos momentos de lazer.

E graças à Internet, os fãs de música deixaram para trás uma era de posse de uma quantidade limitada de discos e CD´s para o acesso a um universo praticamente ilimitado de músicas, artistas e estilos musicais de qualquer lugar do mundo.


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