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O novo recorde do Facebook Por Henrique Pufal em 31/07/2018 14:44

O Facebook bateu mais um recorde. Porém, desta vez foi um recorde negativo.

Na última quinta-feira, as ações da empresa caíram cerca de 20%, representando uma perda de valor de mercado na ordem de 120 Bilhões de dólares, a maior perda já registrada em apenas um dia na história do mercado acionário.

Para se ter uma base de comparação, este valor de 120 Bilhões de dólares é equivalente ao valor de mercado da Netflix, uma das empresas que mais se fala nesse mundo da tecnologia e Internet. Outro exemplo, a maior empresa brasileira, a Ambev, possui um valor de mercado na casa dos 105 bilhões de dólares.

Essa queda expressiva no valor das ações foi ocasionada pela divulgação dos resultados trimestrais da empresa, em que ficou claro que o Facebook diminuiu o ritmo de crescimento de usuários. Historicamente a taxa de crescimento de usuários de um trimestre para o outro ficava na faixa dos 3%. Neste trimestre a taxa de crescimento em relação ao trimestre anterior ficou em 1,5%.

E dentro deste crescimento mais baixo, os pontos mais preocupantes são que diminui a base de usuários na Europa e o número se manteve estável nos Estados Unidos e Canadá, os maiores mercados da empresa.              

Apesar destes pontos negativos, o Facebook ainda tem uma base gigantesca: são 2,2 Bilhões de usuários cadastrados ao redor do mundo, sendo que cerca de 1,5 Bilhão são usuários diários da rede.

E essa base gigantesca leva a resultados financeiros expressivos: A receita da empresa no segundo trimestre de 2018 chegou a 13 bilhões de dólares, enquanto que o lucro líquido foi na ordem de 5 bilhões de dólares.

Mesmo assim, a preocupação do mercado e dos acionistas está em relação ao futuro do Facebook. O grande questionamento é até que ponto a rede social criada por Mark Zuckerberg atingiu seu limite e não tem mais condições de crescer.

E outros fatores reforçam esta preocupação e podem estar ligados diretamente a esta queda de crescimento. Os escândalos recentes de privacidade em que o Facebook esteve envolvido, como o caso da Cambridge Analytica, uma empresa que usava dados privados de usuários para traçar perfis psicológicos e direcionar notícias com viés político, num formato que fosse mais convincente para o usuário. Na Europa, uma nova lei de privacidade e de proteção de dados dos usuários entrou em vigor, limitando a quantidade de informação que as redes sociais e aplicativos têm dos usuários.

Além disso, segue a dificuldade de implementar ferramentas que controlem a disseminação de Fake News, as notícias falsas na rede. Na última semana algumas páginas e usuários brasileiros do Facebook ligados a movimentos políticos foram excluídos da rede, com a justificativa de que eles difundiam falsas informações. Isso gerou um certo ruído e inclusive acusações de que o Facebook estaria aplicando uma censura e impedindo a liberdade de opinião.

Ou seja, a vida não seguirá fácil para o Facebook, a pressão dos acionistas continuará sendo por crescimento da base de usuários, anunciantes vão continuar querendo que seu produto apareça para os potenciais clientes e os usuários continuarão buscando uma rede social que traga conteúdo do seu interesse.

A turma do Mark Zuckerberg terá bastante trabalho para conciliar estes interesses e continuar mantendo a sua posição entre as 5 grandes do mercado de tecnologia.


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