Já comentamos neste espaço o quanto a Internet está mudando a nossa forma de assistir TV, passando do conceito de TV Linear, onde são os canais que escolhem o horário e o programa que iremos assistir, para um consumo de conteúdo de vídeo sob demanda, personalizado, com liberdade de escolha de horário e possibilidade de assistir em diversos dispositivos.
Mas isso vale para filmes, séries, novelas, documentários e até noticiários. Existe um tipo de conteúdo que assistir ao vivo faz muita diferença: o esporte.
E neste caso o uso da Internet acaba impactando de outras formas.
Estamos na reta final da Copa do Mundo e como já havia acontecido em outros grandes eventos esportivos, como a Copa passada e os Jogos Olímpicos, as redes sociais viraram o grande ponto de encontro de quem acompanha os jogos. É onde as pessoas dão as suas opiniões, compartilham os memes, as piadas, reclamam dos jogadores e comemoram os gols.
Talvez o melhor exemplo seja o Twitter, que apresentou um aumento considerável de postagens durante as partidas, principalmente por ser uma rede que possui uma forma mais prática de acompanhar uma linha cronológica, o que faz muita diferença em eventos ao vivo. A própria Fifa usou o seu perfil oficial no Twitter de uma forma muita ativa, com notícias, fotos, vídeos dos gols, dos melhores em campo.
Mas outro impacto da internet nesta Copa é que ela se tornou o evento esportivo mais pirateado da história.
Toda transmissão da Copa do Mundo pela TV precisa pagar valores bem altos pelos direitos de imagem. As regras destes direitos de imagem são bastante rígidas e a FIFA, que detém e comercializa estes direitos, tenta controlar o máximo o uso de imagens, fotos e marcas.
Aqui no Brasil é relativamente mais simples acompanhar a Copa porque a Globo, mais rede de tv do país, transmitiu praticamente todos os jogos em TV aberta. Mas mesmo assim, houve um crescimento de tráfego de internet no horário dos jogos, em função das pessoas que optaram assistir jogos por streaming via Internet, em casa ou no trabalho. No Sinosnet percebemos claramente o aumento do tráfego nos horários de dia de jogos, em relação a outros dias.
Em países onde não existe a transmissão via TV aberta, a Internet foi tomada por canais ilegais de transmissão dos jogos por streaming. E a grande maioria deles em plataformas e redes sociais conhecidas como Youtube e Facebook, que possuem recursos de transmissão ao vivo por usuários comuns.
Uma empresa inglesa especializada em análise de streamings chamada Irdeto informou que foram localizadas mais de 3.700 transmissões de jogos usando redes sociais na Inglaterra, com um público online na faixa de 4,2 mihões de pessoas.
Isso tem gerado uma grande discussão de como preservar os direitos de transmissão de grandes eventos dentro das redes sociais, sem criar uma barreira que impeça o uso simplificado destas plataformas pelos usuários.
Mais uma vez a tecnologia avança mais rápido do que as regras do jogo.