A Internet das Coisas está surgindo no horizonte como a terceira onda de desenvolvimento de produtos e soluções na era da Internet. Enquanto a primeira onda nos anos 90 conectou com linhas e cabos telefônicos cerca de 1 bilhão de pessoas, nos anos 2000 as tecnologias móveis conectaram outros 2 bilhões de pessoas, a Internet das Coisas tem potencial para conectar 50 bilhões de “coisas” à Internet, de acordo com estimativas de fabricantes.
O termo Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) surgiu em 1999 no MIT (Massachusetts Institute of Technology), definindo a conexão de dispositivos à Internet desde objetos comuns à vida das pessoas, como pulseiras e carros, até sistemas trânsito e de iluminação das cidades, permitindo que este volume de informações seja agrupado e que estes dispositivos sejam gerenciados para aumentar a eficiência, permitindo novos serviços ou trazendo benefícios no bem estar das pessoas e na produtividade dos negócios.
Trazendo para o mundo prático, há anos já é possível controlar a temperatura de uma casa com a utilização de timers e termostatos. O que a Internet das Coisas se propõe a fazer é deixar este processo mais inteligente e eficiente, como por exemplo o seu smartphone “avisando” o ar-condicionado de forma automática que você vai chegar atrasado e que pode ele demorar um pouco mais para deixar a sua casa na temperatura desejada, evitando desperdício de energia.
Graças ao desenvolvimento tecnológico dos últimos anos, vários obstáculos foram removidos para que a Internet das Coisas se torne uma realidade:
Sensores Baratos – Nos últimos 10 anos, o preço de sensores caiu mais de 50%, chegando na faixa dos centavos de dólar.
Conectividade – Além da redução de custo da Internet, as tecnologias de WiFi e 3G/4G permitem uma conexão quase permanente a um custo aceitável.
Smartphones – Os aparelhos estão se tornando uma espécie de gerenciador pessoal da Internet das Coisas, servindo como controle remoto ou integrador para uma casa inteligente, carros conectados à Internet, ou dispositivos de acompanhamento de exercícios físicos e sinais vitais.
Processamento Barato – Os custos de processamento caíram cerca de 60 vezes nos últimos 10 anos, permitindo que os dispositivos não sejam apenas sensores conectados, mas inteligentes o suficiente para tomar decisões baseadas nos dados coletados ou recebidos.
Endereçamento IPv6 – A maioria dos usuários de Internet não sabe, mas o modelo atual de endereçamento IP (o que permite que cada computador ou dispositivo seja identificado na Internet) já se esgotou em vários países. O IPv4, baseado em endereços de 32 bits, permite a criação de “apenas” 4,3 bilhões de endereços únicos. Um novo modelo de endereçamento chamado de IPv6 vem sendo implementado gradualmente e vai permitir a criação de um número com 39 casas decimais (3,4 x 1038) de endereços. Algo que é difícil de imaginar, mas equivalente a dizer que cada grão de areia da Terra poderia ter seu endereço IP único.
Da mesma forma que as duas ondas anteriores da Internet geraram alterações profundas na economia e cases de sucesso, a Internet das Coisas vai criar negócios vencedores e deixar para trás as empresas que não tiverem habilidades para se adaptar a este mundo onde as coisas estão conectadas.
Resta ver quem será capaz de surfar esta onda.