Hoje voltaremos a falar sobre o Facebook e toda a crise na qual a rede social está envolvida. Há cerca de um mês comentamos sobre os problemas que o Face enfrenta na questão das chamadas “Fake News”, as notícias falsas que se alastram de forma muito rápida.
Aqui no Brasil acabamos de ter um exemplo, no caso da execução da vereadora Marielle, em que informações falsas sobre a vida pessoal dela foram propagadas por alguns irresponsáveis, buscando politizar a situação. Isso preocupa cada vez mais, principalmente em um ano eleitoral, em que decidiremos que vai tocar a política brasileira nos próximos 4 anos.
E foi no campo da política que estourou mais uma grave crise no Facebook. Na última semana, o valor de mercado do Facebook caiu alguns bilhões de dólares, em função da divulgação de notícias envolvendo uma empresa chamada Cambridge Analytica. Esta empresa de consultoria obteve em 2014 as informações de mais de 50 milhões de usuários do Facebook nos Estados Unidos, e usou-as para traçar perfis comportamentais e personalidades, destinado a prever e influenciar as decisões destes usuários do Face.
Mas como ela conseguiu ter acesso a tanta informação? Na verdade, ela aproveitou a ingenuidade de usuários e uma espécie de brecha do Facebook no compartilhamento de informações. Em 2014, um pesquisador dessa empresa lançou um aplicativo para o Facebook prometendo um serviço de prognóstico de personalidade. Cerca de 270 mil pessoas autorizaram esse aplicativo a usar as suas informações pessoais.
Era um teste muito parecido com aqueles testes que volta e meia aparecem na nossa timeline do Facebook. “Com qual artista de cinema você se parece?”, “Qual seria a sua aparência se você fosse do sexo oposto?”. Para usar estes testes, normalmente o Facebook solicita uma confirmação de que suas informações pessoais serão compartilhadas com quem está oferecendo este teste.
No caso da Cambridge Analytica, o mais grave é que os usuários que aceitaram fazer aquele teste, autorizaram o acesso ao seu perfil pessoal, mas também ao perfil de todos os seus amigos. Ou seja, a consultoria multiplicou a base de informações, tendo acesso a milhões de perfis que não haviam autorizado o uso de informações do seu perfil.
Pois esta empresa foi contratada pela campanha do então candidato Donald Trump e determinou qual tipo de personalidade receberia determinados tipos de notícia, para que a influência fosse mais eficiente. A Cambridge Analytica trabalhou para desenvolver dezenas de variantes sobre mensagens políticas em torno de temas como a imigração, a economia e os direitos das armas, todos adaptados a diferentes perfis de personalidade.
E aqui fica a nossa reflexão e algumas dicas de uso do Facebook:
Ou seja, temos que cuidar o que nós compartilhamos e no que permitimos que seja utilizado do nosso perfil.
E lembrem-se que o Facebook, assim como tantos outros serviços não é de graça. Quando usamos uma coisa de graça na Internet, significa que o produto somos nós e as nossas informações pessoais.